IMPOSSIBILIDADE DE ESGOTAMENTO
O GRUPO
Impossibilidade de Esgotamento é um grupo para pessoas interessadas em desenvolver processos de criação no campo das artes visuais. O intuito dessa oficina é desenvolver práticas individuais e colaborativas a partir de exercícios que envolvem linguagens diversas, como desenho, performance, instalação, cerâmica, intervenção urbana, gravura, pintura, grafite, diorama, fotografia, entre outros. Esses grupos de estudos podem ser compreendidos também como um laboratório, em que prática e teoria não se distinguem, um espaço onde a colaboração é permanente e o “resultado final” de uma ação é sua própria prática, seu próprio meio, seu próprio processo.
Não há necessidade de conhecimento técnico, tampouco prática artística prévia, para participar dos grupos. Todos os exercícios são elaborados partindo do pressuposto que o fazer tanto significa um ato quanto seu resultado, e que, portanto, é uma construção individual e coletiva. É importante ressaltar, ainda, que os exercícios não preveem o ensino aprofundado de técnicas específicas, mas os desenvolvimentos de atos expressivos, respeitando os interesses e vivências de cada participante.
Iniciado em 2022, o I.E. foi criado para o compartilhamento de práticas artísticas, políticas e curatoriais. São estudados artistas das mais variadas latitudes e que lidam com variadas linguagens. Os encontros são realizados a partir de conversas polifônicas, com abordagens teóricas, críticas e poéticas, de obras/artistas que são imprescindíveis para a construção de uma história da arte no Brasil. O grupo é aberto, diverso e dinâmico, por isso, sua configuração muda a cada semestre.
Além disso, como parte do processo, é sempre realizado um evento público, com formato a ser decidido com as turmas. Assim, em 2022 foi realizado uma exposição no Ateliê Ilca Barcellos, chamada "Exposição de corte"; uma exposição no Parque da Luz, chamada "Por causa de quê", uma exposição no Memorial Meyer Filho, chamada "Tanta coisa", uma exposição no Centro Cultural Veras, chamada "Impossibilidade de Esgotamento". Em 2024, realizamos uma exposição dividida em três atos: Ato I, IMAGINAÇÕES COSTEIRAS na Praia do Pântano do Sul; Ato II, PERDER TEMPO PROCURANDO no Jardim Botânico de Florianópolis; e Ato III, NÃO HÁ MAIS CAMINHOS RETOS no Memorial Meyer Filho. No segundo semestre de 2024, organizamos a produção do livro “e: persuasões íntimas: e falar entre si: e uma liga de sólido e de frágil: e”.
A PROPOSTA DE 2025/2
O grupo Impossibilidade de Esgotamento propõe uma investigação sensível e crítica sobre os modos como subjetividades, territórios e ecologias se entrelaçam nas práticas da arte contemporânea. Combinando aulas teóricas e práticas, a proposta percorre quatro noções centrais: paisagem como construção política e subjetiva; o corpo como território movediço e rasurado; arte como prática ambiental — entendida como campo expandido de relações entre corpo, espaço e construção sensível do mundo; e uma exposição ao fim do semestre. A cada semana, textos, artistas e exercícios ativam uma reflexão viva e experimental sobre o que significa habitar o mundo — e a si mesmo — como paisagem.
Construiremos uma prática artística junto com (tendo como referências) escritoras/es, filósofas/os, psicanalistas e artistas que trabalham com as mais variadas linguagens e noções de paisagem. Veremos que a “paisagem” no campo das artes visuais não está vinculada apenas à ideia de natureza ou cenário, mas da paisagem como território simbólico, político, afetivo, urbano, corporal e ancestral. A proposta é refletir sobre a fabulação de paisagens, não apenas como cenários visíveis, mas como construções subjetivas que se entrelaçam com nossa percepção do mundo.
Tal como na noção de deserto, de Deleuze e Guattari, essas essas paisagens às quais me refiro se apresentam enquanto espaço infinito de potência, um território onde o chão é instável e, por isso mesmo, fértil para o novo. É nessa paisagem sem cercas que se propõem outros modos de existir — livres, moventes, criativos. Afinal, paisagem é também resistência — não ao mundo, mas ao que nele se repete como regra. É fuga das formas rígidas, é lugar onde o pensamento ousa. Não há destino fixo: há movimento, transformação. Criar no deserto é aceitar o risco de não saber o próximo traço, mas ainda assim traçá-lo.
Neste semestre, gostaria de seguir abrindo espaço para a invenção, para subjetividades que não cabem em moldes - fazer brotar a chance de ser de outro jeito, de pensar e fazer fora das rotas marcadas, de escapar às promessas prontas, de caminhar onde os rastros somem, e, no apagamento, vislumbrar começos. Afinal, “como ser si mesmo sem fechar-se ao outro, e como abrir-se ao outro sem perder-se a si mesmo?, se pergunta Édouard Glissant em “Conversa do Arquipélago”, um dos autores a serem estudados ao longo do semestre.
Ao final do semestre, iremos realizar uma exposição coletiva ao ar livre, na cidade de Florianópolis, como forma de apresentar os processos desenvolvidos ao longo do semestre, com minha curadoria. A decisão sobre os trabalhos a serem expostos, bem como a proposta curatorial da exposição, será decidida coletivamente, e todos os processos a serem realizados para a sua construção, estão previstos para acontecer entre novembro e dezembro de 2025.
Algumas das pessoas convidadas para estarem com a gente, em oficinas, conversas e visitas guiadas, são: Meg Roussenq, OTropicalista, Clara Fernandes, Patrícia Galelli e Gabriel Villas.
AS INFORMAÇÕES
a) Serão oferecidas, neste semestre, três turmas: segunda-feira das 19h às 21h30 (presencial); terça-feira das 19h às 21h30 (presencial); quarta-feira, das 9h30 às 12h (online).
b) Os encontros semanais terão início na primeira semana de agosto e término na segunda semana de dezembro.
c) Não é necessário formação na área, e tampouco conhecimento técnico em artes visuais, para participar dos encontros.
d) Os encontros presenciais acontecerão no Ateliê Ilca Barcellos, no bairro Pantanal, em Florianópolis.
OS VALORES
a) O valor total do curso é de R$1.620,00, podendo ser parcelado em até 6 x de R$270,00 (ago, set, out, nov, dez, jan) ou R$1.500,00 à vista.
b) Os pagamentos deverão ser realizados até o quinto dia útil de cada mês.
c) As pessoas que tiverem interesse em participar da exposição em dezembro deverão estar cientes que os custos da exposição com divulgação, montagem, material gráfico etc, será dividido igualmente entre todas/os participantes.
d) É importante ressaltar que o valor do grupo é semestral, e poderá ser parcelado em até seis vezes. Desta forma, as inscrições são intransferíveis e, uma vez que o grupo inicia, não há possibilidade de outras pessoas ingressarem. Para que cada pessoa possa se comprometer com o grupo, o valor do curso não será devolvido, e cada integrante deverá manter sua mensalidade até janeiro, caso opte pelo parcelamento, mesmo em caso de desistência.
e) Os materiais utilizados durante os encontros são de responsabilidade de cada participante e serão indicados semanalmente.
A INSCRIÇÃO
As vagas são limitadas, e as inscrições devem ser realizadas pelo formulário abaixo.
A confirmação se dará após contato por WhatsApp.
* Cada turma possui um número máximo de 14 pessoas, a serem preenchidas por ordem de inscrição
